Ministério da Saúde

22/09/2024 13:00h

Varicela e Covid-19 foram apontadas como as vacinas que mais estão desfalcadas nos estoques municipais

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Pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revela que em 64,7% dos municípios brasileiros faltam vacinas, especialmente os imunizantes voltados para crianças. Segundo a CNM, o Ministério da Saúde é o responsável por comprar e distribuir todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, enquanto os estados são incumbidos de prover as seringas e agulhas. 

De acordo com o estudo, os municípios sinalizaram que a falta de vacinas ocorre há mais de um mês. Em algumas localidades, os imunizantes estão em falta há mais de 90 dias. A varicela foi apontada como a vacina que está mais desfalcada, não chegando a 1.210 estoques municipais. O imunizante é utilizado como reforço contra a catapora em crianças de 4 anos.

Já a vacina contra a Covid-19 para crianças é a segunda mais desfalcada, em falta em 770 municípios, com uma média de 30 dias de atraso. A Meningocócica C, responsável por proteger crianças contra a meningite, está em falta em 546 cidades, com uma média de 90 dias sem o imunizante. 

Outras doses também estão em falta, como a tetraviral — que combate sarampo, caxumba, varicela e rubéola — desfalcada em 447 municípios; hepatite A, em 307 municípios; e a DTP — que protege contra difteria, tétano e coqueluche —, desfalcada em 288 cidades.

Segundo o levantamento, o estado que possui a maior falta de vacinas nos municípios é Santa Catarina, onde 128 gestores municipais relataram esse cenário. Na sequência estão Pernambuco, com 58, e Paraná, com 155.

A CNM enviou um ofício ao Ministério da Saúde cobrando providências para sanar a falta de vacinas nas cidades brasileiras. 

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21/09/2024 09:00h

Ministério da Saúde lançou plano de ação para combater avanço das arboviroses no próximo período sazonal

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O Brasil já registrou 6.519.131 casos prováveis de dengue em 2024, segundo o Informe Semanal de Arboviroses Urbanas mais recente do Ministério da Saúde. Com isso, o coeficiente de incidência da doença é de 3.210,4 casos a cada 100 mil habitantes. Os dados são referentes à Semana Epidemiológica 36, compilados de janeiro a 9 de setembro de 2024.

Os casos mais graves e com sinais de alarme para a dengue estão concentrados na Região Sudeste, com 3.993 casos graves e 43.461 sinais de alarme. Na sequência está a Região Centro-Oeste, com 1.170 casos graves; Sul, com 1.431; Nordeste, com 671; e Norte, com 78.

O levantamento do Ministério da Saúde também indica um total de 5.303 óbitos pela dengue em 2024. Os estados de São Paulo (1.662), Minas Gerais (976), Paraná (657), Distrito Federal (440), Goiás (384) e Santa Catarina (336) concentraram 84,85% das mortes por dengue confirmadas no país.

Em relação às demais arboviroses, em 2024, foram notificados 255.334 casos prováveis e 170 óbitos confirmados por chikungunya; 6.568 casos prováveis e nenhuma morte por Zika; 7.992 casos confirmados e dois óbitos por oropouche.

Plano de combate às arboviroses

Para tentar combater os casos e óbitos por dengue, chikungunya, Zika e oropouche no próximo período sazonal no Brasil, o governo federal lançou um plano de ações que serão coordenadas pelo Ministério da Saúde, em parceria com estados, municípios, instituições públicas e privadas, além de organizações sociais. 

O documento foi elaborado por pesquisadores, gestores e técnicos estaduais e municipais, além de profissionais de saúde que atuam diretamente com as comunidades e conhecem os desafios regionais para o combate das arboviroses. Dessa forma, o plano de combate às doenças tem como base as evidências científicas mais atualizadas, além do apoio de novas tecnologias. O investimento anunciado pelo Ministério da Saúde é de R$ 1,5 bilhão para aplicar em seis eixos de atuação:

  • Prevenção;
  • Vigilância;
  • Controle vetorial;
  • Organização da rede assistencial e manejo clínico;
  • Preparação e resposta às emergências;
  • Comunicação e participação comunitária. 

A estratégia é intensificar as ações preventivas no período intersazonal, ou seja, no intervalo entre os picos de casos, com retirada de possíveis criadouros do mosquito transmissor das doenças, o Aedes aegypti.

Saiba mais em www.gov.br/saude.

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18/09/2024 03:02h

Ministério da Saúde registrou 288 óbitos pela Covid-19 nas últimas quatro semanas epidemiológicas

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Mais da metade dos óbitos por doenças respiratórias nas últimas quatro semanas estão relacionados à Covid-19. Segundo o mais recente Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 50,2% das mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) estavam associadas ao Sars-CoV-2 (coronavírus). O dado tem como base as semanas epidemiológicas 33, 34, 35 e 36, que abrangem o período de 11 de agosto a 7 de setembro.

Nesse período, foram registrados 288 óbitos pela doença, segundo o painel de monitoramento da Covid-19 do Ministério da Saúde. A infectologista Joana D’arc Gonçalves da Silva afirma que os casos de doenças respiratórias têm aumentado em função da qualidade do ar neste período de seca.

“A gente tem uma proteção nas vias respiratórias, que é a produção de muco e o batimento ciliar, que funciona como uma vassoura, que vai varrer algumas partículas para fora do nosso pulmão. O muco também funciona umedecendo, lubrificando e expelindo, ajudando a expelir essas partículas. Quando o ar está seco, todo esse sistema mucociliar acaba sendo prejudicado e favorece a proliferação de doenças respiratórias e a permanência de alguns germes no nosso sistema respiratório.”

A infectologista também chama atenção para os grupos de risco para doenças respiratórias.

“As pessoas que mais adoecem de doenças infecciosas, como Covid-19, influenza e outras, são os extremos de vida. São as crianças menores de 5 anos e os adultos maiores de 60 anos. As crianças têm uma respiração mais rápida, então acabam respirando mais ar poluído e também o sistema imunológico não está totalmente maduro. E maior de 60 anos por causa do próprio processo de senescência, de envelhecimento celular, que também leva a quadros de deficiência imunológica.”

A aposentada Luzia Rodrigues de Faria Franco, de 80 anos — moradora de Brasília no Distrito Federal —, teve Covid-19 recentemente. Ela conta que os sintomas pioraram em função da seca e das queimadas na região.

“A princípio começou com espirro, tosse, coriza, dor no corpo, dor de cabeça, dor no seio da face, muita indisposição, falta de apetite. Claro que piorou por causa da seca, porque foi muita fumaça, eu senti falta de ar, senti cansaço, muita indisposição e muita secura na garganta, na boca. Esse tempo seco me deixou muito debilitada, porque eu já tenho problema respiratório, tenho sinusite, e foi juntando tudo.”

Espalhamento dos casos e dos óbitos pelo país

Nas últimas semanas epidemiológicas, os casos de SRAG associados à Covid-19 estavam concentrados em Goiás e São Paulo, regiões de grande fluxo de pessoas de outros estados brasileiros. Mas, segundo o Boletim InfoGripe da Fiocruz, houve um espalhamento da doença para as demais regiões do país, como Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Distrito Federal. 

Segundo o painel de monitoramento do Ministério da Saúde, os estados com maior número de óbitos pelo coronavírus na semana epidemiológica 36 foram Goiás (15) e Paraná (15), seguidos por Minas Gerais (13), Mato Grosso do Sul (7), Paraíba(3), Rio Grande do Sul (3) e Piauí (2). Amazonas, Bahia, Pernambuco, Rondônia e Sergipe registraram uma morte por Covid-19 em cada estado. As demais unidades federativas não registraram nenhuma morte pela doença no período.

Segundo a infectologista Joana D’arc, o aumento dos casos ocorre onde há maior aglomeração de pessoas.

“Em São Paulo, a densidade populacional é maior, as pessoas circulam muito de vários locais do país e do mundo. E esse aglomerado de pessoas e movimentação em diferentes regiões, passando por São Paulo, leva também a um aumento de doenças, principalmente essas de transmissão respiratória e doenças de contato.”

Por isso, a infectologista recomenda aumentar a ventilação dos ambientes e evitar aglomerações.

“Em um cenário como o atual, com poluição por causa de todas essas partículas, esses gases tóxicos que são lançados na atmosfera, um dos pilares para prevenção de doenças de transmissão respiratória é estar em ambiente ventilado.”

Prevenção

O coordenador do Núcleo de Controle de Infecções do Hospital de Base do Distrito Federal, Julival Ribeiro, recomenda o uso de máscaras em locais fechados e aglomerados, especialmente para os grupos de maior risco para a Covid-19, como idosos e imunossuprimidos.

Outra recomendação é o uso do antiviral, sob recomendação médica, para evitar o agravamento e os óbitos pela doença.

“O antiviral tem um impacto muito grande, dado nos primeiros cinco dias, quando indicado corretamente, para prevenir internações e complicações graves da Covid-19. É muito importante que as pessoas com sintomas gripais se dirijam à unidade de saúde, porque pode ser tanto a Covid-19 quanto influenza, vírus sincicial respiratório (VSR) e precisa-se ter o diagnóstico correto para fazer o tratamento adequado para esses pacientes.”

O infectologista também recomenda que as pessoas completem o esquema vacinal contra a Covid-19, principalmente para prevenir as hospitalizações e óbitos pela doença.

Demais doenças respiratórias

O Boletim InfoGripe da Fiocruz tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe e apresenta dados sobre outros vírus respiratórios, como VSR, rinovírus, influenza e Covid-19. 

VSR: Vírus Sincicial Respiratório

Este vírus atinge, principalmente, crianças pequenas — de até dois anos — ou idosos acima de 65 anos. Geralmente é o responsável pelos casos de bronquiolite em crianças pequenas. 

Segundo a pesquisadora da Fiocruz Tatiana Portella, “os sintomas são parecidos com os da gripe: dor de garganta, calafrios, coriza, tosse. Mas é preciso prestar atenção nos sintomas das crianças pequenas. Verificar se elas estão com dificuldade de respirar, com os lábios arroxeados — isso pode ser um indicativo que ela está evoluindo para uma forma mais grave da doença. Nesses casos, é preciso procurar atendimento médico rápido”.

Influenza A ou H1N1

Trata-se do vírus da gripe. Com alta circulação pelo país, sobretudo este ano, a Influenza A também é conhecida como H1N1 — anteriormente chamada de gripe suína.
“Geralmente ele pode dar uma febre mais repentina, mas tem os sintomas muito parecidos com outros vírus respiratórios, como tosse coriza, calafrios. Ele atinge todas as faixas etárias, mas assim como os outros vírus, evolui de forma mais grave nos idosos, crianças pequenas e pessoas com comorbidades”, explica Portella.

Rinovírus 

Assim como o VSR, atinge crianças pequenas e pode evoluir para casos de bronquite. Mas é uma doença autolimitada “que vai se curar sozinha entre 7 e 14 dias”, explica a pesquisadora. 

“Mas ele pode evoluir para as formas mais graves em crianças pequenas que tenham histórico de asma, doença crônica no pulmão, imunossuprimidos.” Tatiana ainda explica que o rinovírus pode ter uma comportamento sazonal — como Influenza e VSR — e neste momento a Fiocruz observa uma incidência alta desse vírus em crianças pequenas e adolescentes.

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16/09/2024 03:06h

Entre as recomendações está monitorar a oferta e qualidade da água e garantir à população o acesso à água potável, com pontos de distribuição e bebedouros públicos, em especial em áreas remotas e de maior vulnerabilidade social

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Entre os estados brasileiros, Mato Grosso registra a maior quantidade de focos de queimadas em 2024, até o momento. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a unidade da federação respondia, até essa quarta-feira (11), por 38.279 registros. Na sequência, aparecem Pará e Amazonas, com 29.712 e 17.855 focos, respectivamente. Em todo o país, de acordo com o INPE, o número chega a 172.815.

Essa situação acende um alerta não apenas para a população, mas, principalmente, para os gestores públicos. Como o quadro contribui para problemas respiratórios nas pessoas, o Ministério da Saúde divulgou novas orientações que ajudam governadores e prefeitos, por exemplo, a agirem com o intuito de minimizar os casos de doenças relacionadas à inalação de fumaça. 

Confira algumas recomendações:

  • Reforçar o atendimento nos serviços de atenção à saúde, especialmente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA);
  • Monitorar as informações de qualidade do ar, umidade relativa do ar e temperatura;
  • Monitorar oferta e qualidade da água e garantir à população o acesso à água potável, com pontos de distribuição e bebedouros públicos, em especial em áreas remotas e de maior vulnerabilidade social;
  • Garantir a oferta adequada de pontos de hidratação e nebulização, avaliando a necessidade de novas estruturas junto aos serviços de saúde (tendas e salas de hidratação);
  • Capacitar e orientar equipes de atenção à saúde para compartilhar informações com a população, identificar e manejar em tempo oportuno riscos e agravos à saúde, especialmente em pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos;
  • Reforçar ações de promoção e atenção à saúde mental.

Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, todas as esferas de governo precisam estar envolvidas, agindo em áreas que ofereçam maior suporte à população afetada. “O ministério tem toda uma orientação para situação de emergências, mas ele vai estar combinado, nesse momento, com essas visitas de apoio que estaremos fazendo, contando com a Força Nacional. E um aspecto que nós sabemos que é muito importante é o sofrimento psíquico, que acompanha todo esse quadro. A tensão, a sensação de risco e de grande abalo”, disse. 

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Ainda de acordo com a Pasta, nas últimas duas semanas de agosto foi constatada uma elevação na quantidade de atendimentos por náuseas e vômitos, em comparação com a média histórica desde 2022. Os estados mais afetados foram Goiás (46%), Mato Grosso (58%), Distrito Federal (99%) e Tocantins (191%).

Segundo a otorrinolaringologista Marcela Suman, a fumaça provocada pelas queimadas contém componentes tóxicos prejudiciais ao sistema respiratório, à mucosa da boca e à saúde dos olhos. Os principais sintomas citados por ela são obstrução nasal; coceira com ardência nos olhos, nariz e boca; lacrimejamento ou vermelhidão nos olhos; tosse seca e intensa; sensação de falta de ar, entre outros. Por isso, Marcela também recomenda aumentar a hidratação. 

“Porque por meio da água, a gente consegue filtrar tudo isso que é tóxico, que vai para a corrente sanguínea. [É preciso] manter a casa sempre limpa, fechada e umidificada. É bom lembrar de evitar vassouras, para não deixar essas partículas de fuligem e de sujeira mais suspensas [no ar]. E umidificar o ambiente da casa com vaporizadores, umidificadores, bacias com água ou até mesmo toalhas molhadas espalhadas pelo ambiente. Evitar, se possível, sair de casa enquanto houver essa fumaça tóxica que a gente consegue visualizar na atmosfera local. E se for necessário sair e a fumaça realmente estiver em evidência, tentar usar máscara”, orienta. 

Focos de queimadas registrados em 2024, até o momento, por estado: 

  • MATO GROSSO...............................................................................(38.279)
  • PARÁ...............................................................................................(29.712)
  • AMAZONAS.....................................................................................(17.855)
  • TOCANTINS.....................................................................................(12.329)
  • MATO GROSSO DO SUL..................................................................(11.418)
  • MARANHÃO......................................................................................(9.519)
  • MINAS GERAIS..................................................................................(7.987)
  • RONDÔNIA.......................................................................................(7.695)
  • SÃO PAULO......................................................................................(6.717)
  • GOIÁS................................................................................................5.059)
  • RORAIMA.........................................................................................(4.698)
  • ACRE.................................................................................................(4.535)
  • BAHIA...............................................................................................(4.329)
  • PIAUÍ................................................................................................(4.188)
  • PARANÁ............................................................................................(2.268)
  • SANTA CATARINA.............................................................................(1.601)
  • RIO GRANDE DO SUL........................................................................(1.412)
  • RIO DE JANEIRO..................................................................................(821)
  • CEARÁ.................................................................................................(786)
  • ESPÍRITO SANTO.................................................................................(456)
  • PERNAMBUCO....................................................................................(367)
  • DISTRITO FEDERAL..............................................................................(247)
  • PARAÍBA..............................................................................................(148)
  • RIO GRANDE DO NORTE......................................................................(137)
  • ALAGOAS.............................................................................................(131)
  • SERGIPE.................................................................................................(74)
  • AMAPÁ..................................................................................................(47)

De acordo com levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), até o dia 26 de agosto, por exemplo, foram registradas 167 decretações municipais de situação de emergência, em função de queimadas. No mesmo período do ano passado, o total foi de 57 decretos, notando- se um aumento de 193%.  

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13/09/2024 04:02h

Nas últimas duas semanas de agosto foi notado um aumento do número de atendimentos por náuseas e vômitos, quando comparado à média histórica desde 2022

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Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelam que, até essa quarta-feira (11), o Brasil havia registrado 172.815 focos de incêndio, em 2024. Diante desse quadro, que contribuiu para o surgimento e agravamento de doenças respiratórias, o Ministério da Saúde considerou novas orientações para a população. 

Para a ministra Nísia Trindade, a situação pode, inclusive, acarretar outros problemas, já que, segundo ela, nas áreas em que as pessoas têm dificuldade de acesso à água com qualidade, por exemplo, há o risco de desidratação.

“A questão das secas se soma ao problema das queimadas, atingindo 60% do território. Nós temos que trabalhar para mitigar todos os efeitos que, na saúde, são bastante sensíveis e atingem, sobretudo, as pessoas mais vulneráveis”, disse. 

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Confira algumas recomendações

  • Aumentar a ingestão de água potável e procurar locais mais frescos;
  • Evitar atividades físicas em áreas abertas;
  • Evitar ficar próximo dos focos de queimadas;
  • Pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos são mais vulneráveis aos efeitos à saúde decorrentes da exposição à poluição do ar e ao calor extremo e precisam de cuidados maiores e manutenção de consultas em dia;
  • Em caso de sintomas de náuseas, vômitos, febres, falta de ar, tontura, confusão mental ou dores intensas de cabeça, no peito ou abdômen, buscar atendimento médico.

Segundo o pneumologista Gilmar Alves Zonzin, membro e ex-presidente da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro (Sopterj), nos casos em que se tem uma considerável elevação dos níveis de poluentes aéreos, os pulmões não têm capacidade de proteção suficiente.

“As pessoas que respiram essa fumaça e essas partículas podem desenvolver doenças respiratórias agudas graves ou pessoas com condições respiratórias e cardiovasculares pré-existentes podem ter um agravamento também da sua condição de saúde, fazendo com que tenham que procurar serviço médico de maneira emergencial. A maneira de avaliar isso é através da observação de uma tosse persistente, intensa falta de ar e palpitação”, explica.

Problemas de saúde relacionados às queimadas

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, nas últimas duas semanas de agosto foi notado um aumento do número de atendimentos por náuseas e vômitos, quando comparado à média histórica desde 2022. 

As Unidades da Federação mais afetadas foram:

  • Goiás (46%)
  • Mato Grosso (58%) 
  • Distrito Federal (99%)
  • Tocantins (191%) 

Em meio a essa situação, o pneumologista e professor da Faculdade de Medicina da UnB Ricardo Martins diz que as pessoas precisam se proteger. Conforme o especialista, a fumaça intensa e a neblina podem provocar sérios problemas à saúde.

“A fumaça lança gases tóxicos para a atmosfera, competindo com o oxigênio, e a população respira então uma concentração de oxigênio menor, acrescida do fato de estar respirando gases tóxicos. Além disso, respira partículas provenientes da queima desses vegetais, o que, uma vez entrando no sistema respiratório, podem provocar inflamação, inicialmente no pulmão, e depois de sua absorção, isso pode acarretar a inflamação em outros órgãos”, pontua.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a quantidade de focos de incêndio ao mesmo tempo em diferentes localidades levou as autoridades a abrir investigação para saber se parte deles é de origem criminosa. Até o final de agosto, pelos menos 31 inquéritos haviam sido abertos entre Amazônia e Pantanal e dois em São Paulo.
 

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08/09/2024 00:03h

Boletins semanais do Ministério da Saúde e a FioCruz trazem siglas que remetem às doenças mais comuns em circulação no país, entenda o que cada uma delas representa

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De tempos em tempos novas siglas surgem para dar nome às doenças relacionadas à respiração. Cada uma delas diz respeito a um vírus — ou à evolução deles, como é o caso da SRAG, a Síndrome Respiratória Aguda grave. 

O boletim Infogripe, produzido e divulgado toda semana pela Fiocruz, monitora os casos de SRAG em todo o país, avalia as tendências temporais desses casos, subsidia os boletins semanais do Ministério da Saúde e serve de alerta para os estados e suas vigilâncias sobre quais vírus circulam com mais frequência e sobre as medidas que precisam ser adotadas para combatê-los. 

A pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella, detalha.

SRAG: Síndrome Respiratória Aguda Grave

SRAG são os casos mais graves dessas síndromes gripais que são causadas por vírus respiratórios, como covid, influenza, vírus sincicial respiratório. Às vezes causam sintomas leves como coriza, tosse e febre. Mas eles podem evoluir, explica a pesquisadora.

“Como apresentar desconforto respiratório, dificuldade para respirar, uma pressão persistente no tórax, uma saturação de oxigênio baixa — menor de 94% — ou uma coloração azulada nos lábios ou rosto. Tudo isso são indicativos que essa doença vai evoluir de uma forma mais grave, que vai precisar de hospitalização.” 

Importante ressaltar que todos os vírus respiratórios podem evoluir para uma SRAG. Idosos e crianças pequenas, com doenças crônicas ou com comorbidade estão mais sujeitas a essa evolução. 

VSR: Vírus Sincicial Respiratório

Este vírus atinge, principalmente, crianças pequenas — de até dois anos — ou idosos acima de 65 anos. Geralmente é o responsável pelos casos de bronquiolite em crianças pequenas.  

“Os sintomas são parecidos com os da gripe: dor de garganta, calafrios, coriza, tosse. Mas é preciso prestar atenção nos sintomas das crianças pequenas. Verificar se elas estão com dificuldade de respirar, com os lábios arroxeados — isso pode ser um indicativo que ela está evoluindo para uma forma mais grave da doença. Nesses casos, é preciso procurar atendimento médico rápido”, explica Tatiana.

Influenza A ou H1N1

Trata-se do vírus da gripe. Com alta circulação pelo país, sobretudo este ano, a Influenza A também é conhecida como H1N1 — anteriormente chamada de gripe suína.

“Geralmente ele pode dar uma febre mais repentina, mas tem os sintomas muito parecidos com outros vírus respiratórios, como tosse coriza, calafrios. Ele atinge todas as faixas etárias, mas assim como os outros vírus, evolui de forma mais grave nos idosos, crianças pequenas e pessoas com comorbidades.”

Rinovírus 

O rinovírus começou a ser monitorado há poucos anos pela Fiocruz, explica a pesquisadora Tatiana Portella. Assim como o VSR, atinge crianças pequenas e pode evoluir para casos de bronquite. Mas é uma doença autolimitada “que vai se curar sozinha entre 7 e 14 dias”, explica a pesquisadora. 

“Mas ele pode evoluir para as formas mais graves em crianças pequenas que tenham histórico de asma, doença crônica no pulmão, imunossuprimidos.” Tatiana ainda explica que o rinovírus pode ter uma comportamento sazonal — como Influenza e VSR — e neste momento a Fiocruz observa uma incidência alta desse vírus em crianças pequenas e adolescentes. 

Covid-19

O velho conhecido — responsável pela pandemia entre 2020 e 2021 — ainda causa muitos casos de SRAGs. Isso porque ao longo do tempo ele vem sofrendo mutações e evoluiu rapidamente. As novas variantes mostram que ainda trata-se do vírus da covid, mas com um poder de infecção maior.

Por isso a vacinação anual é importante para prevenir os casos mais graves da doença, alerta Tatiana Portella.

“A vacina da covid-19 é atualizada para as novas variantes e apesar de termos esse vírus circulando há alguns anos, é importante que as pessoas atualizem a vacina. Porque a vacina que as pessoas tomaram no ano passado não confere a mesma proteção do que a vacina que está disponível este ano.”

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05/09/2024 00:08h

De janeiro até agora foram contabilizados 5.267 óbitos pela doença e outros 1.988 estão em investigação, segundo o Ministério da Saúde

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O Brasil já registrou 6.509.794 casos prováveis de dengue em 2024. O dado é da mais recente atualização do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. De janeiro até agora, foram contabilizadas 5.267 mortes pela doença e outras 1.988 estão em investigação. No momento, o coeficiente de incidência de dengue no país é de 3.205,8 casos para cada 100 mil habitantes.

Segundo o monitoramento da pasta, 55% dos casos foram identificados entre as mulheres. A faixa etária mais acometida pela dengue é entre 20 e 29 anos, seguida por 30 a 39 anos e 40 a 49 anos. Bebês com menos de 1 ano, idosos com 80 anos ou mais e crianças de 1 a 4 anos são os menos atingidos pela doença.

Entre os estados, São Paulo lidera com o maior número de casos graves e sinais de alarme, com 24.934 casos de janeiro até agora. Na sequência estão Minas Gerais, com 15.128; Paraná, com 13.546, e Distrito Federal, com 10.249. Roraima (3), Acre (11) e Rondônia (33) são os estados com menos casos graves ou sinais de alarme.
O infectologista Antônio Carlos Bandeira reforça as medidas preventivas contra a dengue.

“As principais medidas de prevenção podem ser divididas em duas partes, a primeira individual e a segunda coletiva. Na parte individual, é fundamental usar repelentes, tais como aqueles à base de icaridina ou DEET, principalmente as gestantes precisam usar repelentes do primeiro ao último dia da gestação para que não tenham possibilidade de se contaminarem com o vírus da zika, que é altamente teratogênico. A outra situação para prevenção é você utilizar roupas mais compridas, telas, em regiões onde você pode dormir com telas, e ar-condicionado.” 

Na parte coletiva, é fundamental eliminar os focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti — transmissor da dengue e outras doenças como zika, chikungunya e febre amarela — não deixando água parada.

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04/09/2024 03:00h

Ministério da Saúde anuncia novo plano para combater o mosquito antes do período usual. Controle do vetor e tecnologia são armas usadas

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Dizem que prevenir ainda é melhor que remediar. No caso da dengue, a prevenção é a única saída e, este ano, os cuidados começaram mais cedo. Um novo plano de combate à doença está previsto para ser lançado este mês pelo Ministério da Saúde e vai envolver controle dos vetores e uso de inovações tecnológicas. 

A ação veio depois que autoridades do Ministério da Saúde  anunciaram, em maio, que em função das mudanças climáticas, a próxima epidemia de dengue poderia vir ainda mais cedo — o que poderia acontecer já em novembro deste ano. Pensando nisso, a pasta se antecipou. A estratégia prevê o controle do mosquito e o uso de mosquitos modificados geneticamente para bloquear a transmissão da doença, conhecido como método Wolbachia.

Em nota, o Ministério da Saúde informa que o Plano de Resposta às Arboviroses tem o objetivo de implementar novas tecnologias de controle vetorial nos municípios brasileiros, de maneira escalonada, considerando o perfil epidemiológico e a população sob risco, preparar a rede de atenção à saúde para atender os casos durante epidemias e garantir o abastecimento de insumos para diagnóstico, assistência e controle vetorial.

Para o sanitarista e professor da Universidade de Brasília, Jonas Brant, esse é o momento correto de agir. “Por que os ovos do mosquito permanecem no ambiente quando seca, ele fica esperando a chegada das chuvas. Quanto antes começarem as atividades no período seco, eu garanto que quando começar a chover eu tenha menos recipientes naquele ambiente, assim, é possível atrasar o crescimento da população de mosquitos e também o aumento do número de casos.” 

Método Wolbachia

Uma das estratégias previstas pelo Ministério é o chamado Método Wolbachia — que consiste em introduzir a bactéria Wolbachia nos mosquitos. O microorganismo bloqueia a transmissão do vírus para o ser humano e altera o ciclo reprodutivo do Aedes Aegypti.

Como a dengue precisa de um intermediário — o mosquito — para se propagar, a identificação dos locais onde ainda há transmissão do vírus nesta época do ano é fundamental para o controle da doença, explica o sanitarista. 

“Nessas regiões, é preciso gastar um esforço muito maior nesta época do ano para evitar o início de uma epidemia” , reforça Brant. A antecipação das ações permite que, com a chegada das chuvas, já esteja montada uma organização efetiva para conter o início da transmissão e o controle do número de casos. 

Vacina

Em entrevista do Estadão, a ministra da Saúde Nísia Trindade disse que a vacinação não é o principal ponto deste novo plano..

“A vacina é uma estratégia que vamos continuar a utilizar, mas não é a principal estratégia para 2025. Pode ser que venha a ser em 2026, a depender do desenvolvimento da vacina do Butantan. E podendo aumentar (a aquisição de doses) da Takeda, certamente aumentaremos.”

O imunizante contra a dengue começou a ser aplicado num público restrito este ano — jovens de 6 a 16 anos. Mas em função da baixa disponibilidade das doses oferecida pelo fabricante, o alcance não pôde ser maior. Este ano o governo federal comprou 6,5 milhões de doses e outros 9 milhões devem ser usados em 2025.  

A produção nacional pelo Instituto Butantan é vista com otimismo, mas o processo ainda deve demorar, avalia a ministra. “Eu diria que nossa aposta maior, mas falo isso com cuidado, porque ainda nem foi submetida à Anvisa, é a vacina do Butantan, que de fato mostrou excelente resultado em estudos clínicos. Vamos trabalhar com o Butantan esse cronograma.”

Cuidados precisam continuar

Em 2024, o Brasil viveu a pior epidemia de dengue da história. Foram 6,5 milhões de casos prováveis da doença, segundo o Ministério da Saúde e mais de 5,2 mil mortes — a maior parte delas entre fevereiro e abril — no período de aumento das chuvas.

Na 35ª semana epidemiológica, o número caiu para 3.938 casos prováveis da doença. Mas nem por isso dá para descuidar. Mesmo com o número de casos em baixa, a nutricionista Nathalia Mariath, moradora do Distrito Federal, conta que está sempre atenta para evitar infecções.

“Vem um rapaz de mês em mês aqui em casa fazer uma vistoria para ver se tem vasinho com água, verifica se a piscina está limpa e coberta. Além da fiscalização, essa equipe ainda dá orientações” explica a moradora do bairro Taquari, na zona norte do DF. 

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01/09/2024 03:00h

Minas Gerais concentra a maior parte dos casos prováveis de chikungunya, seguido por Bahia, Espírito Santo e São Paulo

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O Brasil já registrou 254.170 casos prováveis de chikungunya em 2024. O dado é do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. Até a última atualização, em 28 de agosto, foram registrados 162 óbitos pela doença e 153 ainda estão em investigação. O coeficiente de incidência da chikungunya é de 125,2 casos para cada 100 mil habitantes.

A maioria das notificações foi registrada entre as mulheres (60%). Em relação à faixa etária, os grupos entre 20 e 29 anos, 40 a 49 anos, 30 a 39 anos e 50 a 59 anos foram os mais afetados pela doença. 

Entre os estados, Minas Gerais concentra a maior parte dos casos prováveis de chikungunya (159.844), seguido por Bahia (15.508), Espírito Santo (13.058) e São Paulo (10.667). Já entre as unidades federativas com menos registros da doença estão Roraima (36), Amazonas (102), Rondônia (224), Acre (264) e Amapá (322).

A chikungunya é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aedypti, mesmo transmissor da dengue, zika e febre amarela. Por isso, a principal forma de se proteger da doença é combater o mosquito, não deixando água parada.

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30/08/2024 03:00h

Já foi publicada a portaria que estabelece os valores da assistência financeira de agosto. Municípios como Buritizeiro, Campos Gerais e Jequitinhonha receberão quase R$ 200 mil

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Os valores referentes à parcela de agosto da Assistência Financeira Complementar (AFC) de Minas Gerais já estão disponíveis para consulta. Ao todo, o estado receberá R$ 4.814.165,80. Em cumprimento a Lei n.º 14.434, de 4 de agosto de 2022 — que estabelece o piso nacional da enfermagem — o Ministério da Saúde publicou a Portaria GM n.º 5.287, de 28 de agosto de 2024, para complementação do salário da categoria. Municípios como Buritizeiro, Campos Gerais e Jequitinhonha receberão quase R$ 200 mil. 

A cada mês, o Ministério da Saúde edita portaria para atualizar os valores, corrigir informações e identificar a forma pela qual os repasses devem ser feitos para os municípios. Para o vice-presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Daniel Menezes, é importante que as devidas correções sejam feitas para não prejudicar os profissionais.

“Esses repasses representam nada mais do que um direito garantido por meio da criação da lei do piso e que não foi pago em período anterior por conta de divergências no cadastro entre as instituições e entes federados que são beneficiados. Então, é uma correção de uma injustiça em relação ao não repasse para os profissionais que têm direito”, ressaltou o vice-presidente do Cofen, Daniel Menezes.   

Patrocínio (779.601,01), Lagoa Santa (363.079,00), Nova Serrana (315.714,82), Mateus Leme (127.686,52), Raposos (49.001,80), Santa Maria do Salto (28.763,67), Tabuleiro (11.166,22) e Verissimo (4.329,54) são alguns dos municípios contemplados.

Após a transferência da União, cabe aos gestores os pagamentos aos profissionais. Mas é importante que a aplicação dos recursos seja fiscalizada em todo o país para garantir que os valores cheguem aos contracheques, como explica o advogado especialista em direito médico Josenir Teixeira.

“Os profissionais da enfermagem devem ficar atentos a acompanhar o repasse que os municípios irão receber, para que os municípios efetivamente repassem os valores às suas empregadoras, para que, finalmente, as suas empregadoras paguem os valores dentro da folha de pagamento. Vamos ver se realmente esses valores repassados pela União serão suficientes para cumprir o que disse a lei”, avalia.    

Acerto de Contas

O Ministério da Saúde também publicou a Portaria GM/MS 4.155, de 14 de junho, para acerto de contas de entes federados. Serão repassados R$ 172.163.255,20 a 1.626 municípios e 10 estados, referentes a parcelas de maio a agosto de 2023.  

De acordo com o Ministério da Saúde, os municípios e estados que não estão na portaria Portaria 4.155 podem solicitar por e-mail, com as justificativas necessárias para embasar o requerimento. Caso não seja aceito, será encaminhada uma resposta, também por e-mail, com instruções para a correta inserção de dados no sistema InvestSUS.  

A pasta esclarece que a solicitação de acerto de contas não significa, necessariamente, novos valores a serem recebidos. 
 

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